terça-feira, 10 de maio de 2011

CARTA À COMUNIDADE DAS ETECs E FATECs

Os professores e funcionários das Escolas Técnicas e das Faculdades
de Tecnologia do Centro Paula Souza (Ceeteps) comunicam à comunidade escolar
que, após dois meses sem qualquer resposta do governo às nossas reivindicações
salariais, não nos restou outro caminho senão a GREVE GERAL POR TEMPO
INDETERMINADO.
Apesar da imensa propaganda que o governo faz do nosso trabalho,
nossos salários são os menores do Brasil, poucos trabalhadores têm direito ao vale
transporte; muito poucos têm direito ao vale alimentação (cujo valor é R$ 4,00 por dia);
o governo descumpre a legislação e não implanta os serviços de Medicina e
Segurança do Trabalho nas unidades, o que nos impede de convalescer com
dignidade. Nossa política salarial é desrespeitada desde 1996 e, apesar dos ganhos
judiciais, o governo faz ouvidos moucos e ignora nosso direito ao reajuste salarial
anual.
Durante todo o ano de 2009 e de 2010, tentamos conversar com o
governo, apresentando as reivindicações da categoria e não houve retorno. Com o
novo governo, tentamos novamente e não houve nenhuma sinalização de diálogo.
A situação está insuportável. A categoria não titubeou e votou
maciçamente pela GREVE.
Tanto como os demais trabalhadores do país, somos pais e mães e
temos obrigações com as nossas famílias. Não é possível aguentar mais um ano sem
recomposição das perdas salariais, que já ultrapassam a casa dos 58% para os
professores e 71% para os funcionários.
A história nos mostra o caminho: nosso último reajuste salarial foi em
2005, em razão dos 80 DIAS de GREVE em 2004.
Queremos contar com o apoio de nossos alunos e seus pais, que
pagam impostos e sabem o nosso esforço para manter a qualidade do ensino nas
ETECs e FATECs. Os indicadores educacionais do Ceeteps mostram que, mesmo
aviltados pelo governo há anos, mantemos nosso compromisso com a sociedade
paulista e honramos a função pública que exercemos.
Ainda sabemos que a intenção final do governo em relação ao Ceeteps
é a sua privatização, através do desculpa de que o Estado não terá capacidade de
gerenciar a enorme estrutura que ele próprio criou. Porém, defendemos a escola
pública e sempre estaremos na luta pela manutenção da qualidade e da gratuidade do
ensino, pela valorização dos profissionais da educação e, em especial, da educação
profissional e tecnológica.
Somos profissionais e exigimos respeito!
São Paulo, maio de 2011.
Comando Central de Greve do SINTEPS

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