quinta-feira, 2 de junho de 2011

Carta aos professores, vinda da Alemanha

Bremen, 20.05.2011
Querida tia Maria Antonieta,
                Como vai você?
Aqui estamos muito bem, cheios de saúde e muitos sonhos!!
Queria apenas, com algumas poucas palavras, expressar meu sentimento de orgulho e admiração por você. Sua garra, sua força de vontade e Deus sempre do lado, tornou-a uma mulher batalhadora e vencedora, mãe de duas lindas meninas que se transformaram em mulheres educadas e alegres, onde todas vocês sempre me receberam com amor. Amo todas vocês por isso!
Mas quero também, mostrar o meu reconhecimento para com a sua profissão!

Quero dizer a você e a todos os professores desse Brasil, que hoje sei o valor que a sua profissão vale. Demorou um pouco, mas entendi.
Hoje me vira o estomago ao perceber que, no Brasil, as coisas estão e sempre foram feitas ao contrário. Prioridades sem prioridades, são sempre posta à frente da base fundamental de uma sociedade, a educação, desde a época que São Paulo era apenas uma curva de rio e Campo Grande uma, uma...bom, nem uma, era.

Ai, eu me pergunto: Que dia tudo isso vai mudar? Qual será o acontecimento que irá dar uma guinada de 180° nesse quadro? Uma guerra. Não, o Brasil não entra em guerras. Um desastre natural catastrófico. Não, no Brasil não tem desastres catastróficos e, os deslizamentos de terra e as enchentes não estão aparentando nem uma mudança. Então o qual, o que, como, quando, onde?
Para mim, tudo isso somente mudará quando, e somente quando, nós brasileiros quisermos. Não adianta falar mal do político, pois este é o reflexo cristalino do “jeitinho” generalizado da nossa cultura.  Não adianta falar mal do professor, pois, o seu povo simplesmente não dá valor e o devido respeito que esta NOBRE profissão merecem, e mais, não procura nem se inteirar nos assuntos escolares de seus filhos havendo assim, uma péssima comunicação com a sociedade.

Mas sei que a passos de lesma morta com dor de barriga em dia de chuva, isso está mudando. Já é possível sentir alguns avanços que custaram a chegar, mostrando que pelo menos não está regredindo. O assunto está no ar, os jornais já se mostram mais preocupados, comunidades estão sendo feitas, fundações mostram seus resultados e mais pessoas entendem o recado.
Então, quero dizer que estou junto com vocês. Abraçarei a causa. Divulgarei a palavra para quem quiser ouvir e para aqueles que não. Não me importo o que irão falar, irei absolver os bons fluidos e espantar os maus, sem medo algum.

Não sou pedagogo ainda, mais este é meu sonho. O sonho de ajudar, o sonho de ver crescer, o sonho da união do conhecimento, o sonho.
Por tanto,
Quero então, dizer obrigado
Obrigado por não desistir
Obrigado por nos ouvir
Obrigado por insistir
Obrigado por não me deixar ir
E nem me deixar cair
Obrigado por mostrar
Obrigado por desvendar
Obrigado por revelar
Obrigado pelo olhar
Que não me fez chorar
Obrigado pela atenção
Obrigado pela intenção
Obrigado pela informação
Obrigado mesmo do fundo do meu coração
Pela sua oração

De seu sobrinho,

Bernardo Schunke França

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